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Resumo dos Estudos de Viabilidade
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 APRESENTAÇÃO

O governo brasileiro está iniciando o processo de licitação para concessão da exploração do serviço de transporte ferroviário de passageiros ligando as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas por um sistema de trens de alta velocidade – TAV.

As informações aqui reunidas apresentam uma visão geral sobre os estudos realizados com vistas à avaliação das condições para a implantação desse empreendimento.

O presente resumo está constituído de uma introdução sobre o conceito básico de sistemas de trens de alta velocidade – TAV, as experiências e projetos futuros de implantação desse meio de transporte no mundo, bem como as iniciativas brasileiras neste campo.

Em seguida apresenta um sumário da análise realizada para avaliar o comportamento e quantificar a demanda pelo TAV, dos estudos para definir um traçado referencial, das simulações da programação operacional desse sistema de transporte, das estimativas de quantificação dos seus custos de investimento e operacionais. 

1. Conceitos e Vantagens

Sistemas ferroviários de alta velocidade utilizados no transporte de passageiros compreendem, em geral, linhas ferroviárias projetadas e construídas para trens capazes de desenvolver velocidades iguais ou superiores a 200 km/h.

A ferrovia de alta velocidade se mostra mais adequada quando opera entre pares de cidades em que a distância entre elas fica na faixa de 500 a 600 km. Acima dessa distância, a viagem aérea torna-se mais competitiva e a participação relativa de mercado da ferrovia de alta velocidade fica menor.

De forma geral, em função de suas características, a implantação e operação desses sistemas estão associadas às seguintes vantagens:

  • indução ao desenvolvimento regional, aliviando áreas de maior densidade urbana;
  • redução de gargalos dos subsistemas de transporte aeroportuário, rodoviário e urbano;
  • postergação de investimentos na ampliação e construção de aeroportos e de rodovias;
  • menor uso do solo comparado à construção ou ampliação de rodovias;
  • redução de impactos ambientais e emissão de gases poluentes em decorrência do desvio da demanda do transporte aéreo e rodoviário para o TAV;
  • redução dos tempos de viagem associados à baixa probabilidade de atrasos;
  • aumento do tempo produtivo para os usuários;
  • geração de empregos diretos e indiretos;
  • redução dos níveis de congestionamento e do número de acidentes em rodovias.
2. Evolução do sistema de trens de alta velocidade no mundo

A partir do primeiro trem, que começou a operar em 1964 no Japão, houve uma expansão considerável da utilização dos sistemas de trens de alta velocidade no mundo. Esses sistemas, que tecnologicamente continuam em constante evolução em termos de segurança e velocidade de operação, ampliaram sua rede. Um conjunto de países, desenvolvidos e em desenvolvimento, estão aderindo a essa alternativa de transporte de passageiros, conforme revelam a tabela 1 e as figuras 1 e 2. 


Como exemplo dessa evolução, cita-se que a velocidade operacional que inicialmente era de 210 km/h, já alcança 350 km/h. Os fabricantes de material rodante estão lançando a próxima geração de trens, em sua maioria de unidades múltiplas de melhor desempenho energético e potencial de velocidade de 350 a 400 km/h.


Tabela 1 Principais sistemas de trens de alta velocidade
no mundo em operação, construção e planejamento



Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 4 – Operação e Tecnologia – Parte 2) e Barrón de Angoiti, Ignácio. High speed rail systems in Europe and across the world. 6th Training on High Speed Systems. Paris, 8 June 2009.


Figura 1 Sistemas de trens de alta velocidade existentes no mundo por velocidade operacional


Fonte: Barrón de Angoiti, Ignácio. High speed rail systems in Europe and across the world. 6th Training on High Speed Systems. Paris, 8 June 2009.


Figura 2 Evolução da rede global de trens de alta velocidade
Fonte: Barrón de Angoiti, Ignácio. High speed rail systems in Europe and across the world.
6th Training on High Speed Systems. Paris, 8 June 2009.

 

3. Iniciativas no Brasil

No Brasil, já há algum tempo, a viabilidade da implantação de um sistema ferroviário de alta velocidade no eixo Rio – São Paulo vem sendo objeto de estudos, conforme se observa na relação a seguir: 

  • Estudo Preliminar do Transporte de Passageiros no Eixo Rio de Janeiro / São Paulo (1ª fase) 1981 – GEIPOT / SNF;
  • Relatório de Viabilidade para Trem Rápido – Rio de Janeiro/São Paulo – 1986 – Davi British Rail International; 
  • Projeto de Transporte de Passageiros no Eixo Rio de Janeiro/São Paulo – 1987 – Mitsui/Co. Ltd;
  • Trem Pendular Talgo como Solução para o Transporte de Passageiros entre Rio de Janeiro e São Paulo – 1987. 

Mais recentemente, em meados dos anos 90, o governo brasileiro, no âmbito de um acordo de cooperação com o governo alemão, realizou um estudo denominado “TRANSCORR” com o objetivo de identificar investimentos para modernização do sistema de transporte no corredor Rio de Janeiro - São Paulo - Campinas.

Tal estudo indicou a necessidade de implantação e detalhou um sistema de trens de alta velocidade como solução para o transporte de passageiros no corredor que serviu de referência para os estudos atuais. 

Em 2004, a empresa italiana Italplan desenvolveu um estudo indicando a possibilidade de realização de um projeto de ligação ferroviária entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, sem paradas intermediárias, por meio de concessão à iniciativa privada.

Pelo Decreto nº 6.256/07, o Governo Federal incluiu no Programa Nacional de Desestatização – PND a Estrada de Ferro – 222 destinada à implantação de trem de alta velocidade, ligando os Municípios do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Foi atribuido ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES a responsabilidade de contratar e coordenar os estudos técnicos e fornecer o apoio técnico necessário à execução e acompanhamento do processo de desestatização da infraestrutura e da prestação de serviço de transporte terrestres relativos ao TAV Brasil. 

Pelo mesmo instrumento legal, coube ao Ministério dos Transportes a responsabilidade pela execução e acompanhamento o processo de licitação da concessão do direito de exploração do serviço de transporte ferroviário de passageiros por sistema de alta velocidade. A ANTT foi incumbida de promover os procedimentos licitatórios e celebrar os atos de outorga de direito de exploração de infraestrutura e prestação de serviço de transporte terrestre relativos ao TAV Brasil.

Em 2008, a fim de dar cumprimento ao disposto no Decreto no 6.256/07, foram contratados serviços de consultoria para estudar a viabilidade técnica, econômica e financeira do empreendimento, tendo como referência inicial os estudos do TRANSCORR. O Consórcio executou estudos detalhados de demanda, traçado, análise econômica e financeira/modelagem de concessão, operação e tecnologia e estudos ambientais. 

A Lei 11.772/08, que modificou a Relação Descritiva das Ferrovias do Plano Nacional de Viação, constante do Anexo da Lei nº 5.917/73, incorporou o trecho ferroviário interligando as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, destinado a operar sistema de trem de alta velocidade. 

4. Demanda
Área de Estudo

O eixo formado pelos centros urbanos do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Campinas, em face da expressão populacional e econômica de sua área de influência, representada na figura 1, define o mais importante corredor de transporte do país, que concentra 33% do Produto Interno Bruto e 20% da população.

Figura 1. Área de influência do corredor do trem de alta velocidade


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 1 – Demanda e Previsão de Receita).

 

Um exemplo do potencial desse corredor, em termos socioeconômico, pode ser demonstrado pela significância dos dados relativos às regiões que compõem a sua área de influência, conforme tabela 1.

Tabela 1. Dados socioeconômicos das regiões da área de influência do corxr do TAV Brasil


(*) Em valores equivalentes de 2000
Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 1 – Demanda e Previsão de Receita, Apêndice A).


 

A situação atual do sistema de transporte nesse corredor apresenta disfunções decorrentes, principalmente, de desequilíbrios em sua repartição modal, com focos de esgotamento de capacidade em sua rede, inclusive em rodovias e nos serviços aéreos (no que se refere aos terminais e ao uso do espaço aéreo).

Uma demanda de transporte associada a desequilíbrios na sua distribuição modal produz níveis elevados de saturação em algumas modalidades, o que tende a se agravar com o esperado incremento das atividades econômicas de sua área de influência. 

Desta forma, faz parte da estratégica do governo brasileiro, para aceleração do crescimento da economia, desenvolver um serviço de transporte ferroviário de passageiros de qualidade, tendo por base a implantação de uma linha ferroviária de alta velocidade no eixo Rio de Janeiro – São Paulo – Campinas, em complementação ao transporte rodoviário e aéreo, alinhando-se com as soluções tecnológicas adotadas nos principais países da Europa e Ásia. 

Tal projeto, considerando a tecnologia de diversos fabricantes internacionais, prevê um traçado de linhas exclusivas, de modo a permitir o seu desenvolvimento no futuro, além de maximizar a velocidade de operação e garantir um alto desempenho em termos de regularidade, confiabilidade, pontualidade e conforto para os passageiros. 

Para o desenvolvimento dos estudos de traçado realizados foram estabelecidas as seguintes premissas para o projeto de implantação do TAV Brasil: 

  • linha exclusiva para transporte ferroviário de passageiros de alta velocidade;
  • via permanente dupla e com capacidade para operar trens com velocidade de até 350 km/h;
  • ligação das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas;
  • conexão dos aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Galeão; 
  • consideração da presença de duas estações intermediárias no Vale do Paraíba, sendo uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro; e
  • sem restrições à operação de trens desenvolvidos a partir de qualquer tecnologia. 
5. Traçado
Estudos de Engenharia

Em paralelo e iterativamente com os trabalhos de modelagem da demanda, foram realizados os estudos de engenharia, englobando o desenvolvimento de um traçado referencial com base em informações relativas às condições geológico-geotécnicas e de restrições socioambientais, definindo o alinhamento que, respeitadas as características técnicas e construtivas estabelecidas, apresentasse o menor custo construtivo e de impacto ambiental.

Estudo de alternativas de traçado

Premissas

Com base na orientação geral estabelecida para elaboração dos estudos, foram definidas premissas que nortearam a definição dos pontos de passagem ao longo do corredor delineado pelo eixo compreendido entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, quais sejam:

- Interligação das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas;

- Conexão dos Aeroportos Internacionais do Galeão, de Guarulhos e Viracopos;

- Presença de uma estação intermediária no trecho do Vale do Paraíba fluminense e outra no trecho paulista;

Adicionalmente a essas premissas, os estudos realizados para definição do traçado referencial também levaram em conta parâmetros associados à sua concepção construtiva e informações sobre a região.

O desenvolvimento do traçado, considerado como referencial do projeto TAV Brasil, levou em consideração padrões internacionais de vias de alta velocidade, de forma a possibilitar a operação de qualquer tipo de trem de alta velocidade, independentemente de sua origem tecnológica.

Com relação aos parâmetros da via férrea, destacam-se:

- Bitola: 1.435 mm;

- Velocidade máxima de projeto: 350 km/h;

- Inclinação máxima (gradiente) de projeto: 3,5 %;

- Raio horizontal mínimo: 7.228 m;

- Raio vertical mínimo: 42.875 m;

- Carga por eixo do trem: 17 t;

- Plataforma mínima de estação: 500 m (para composições de até 16 carros).

No que tange às características da região da área de influência do projeto, foram pesquisadas e utilizadas no desenvolvimento do traçado informações sobre:

- Relevo, geologia e hidrografia;

- Condições / restrições ambientais;

- Uso e ocupação do solo urbano e rural;

- Rede de transportes – rodovias, ferrovias e aéreo;

- Infraestruturas lineares (linhas de transmissão e dutos);

- Áreas indígenas e quilombolas;

- Dados levantados junto a 65 municípios.

No desenvolvimento do traçado foi utilizado o sistema Quantm, modelo informatizado destinado à pesquisa, otimização e avaliação de infraestruturas lineares, como por exemplo rodovias e ferrovias, em função de restrições, com o objetivo de identificar corredores ou alinhamentos de menor custo.

Metodologia e etapas

Os estudos para definição do traçado referencial foram realizados com base no estabelecimento de diversas alternativas, todas integrando dados das áreas de engenharia, custos, restrições socioambientais e de mapeamento digital da área. O desenvolvimento das alternativas foi realizado por intermédio do sistema Quantm para o processamento das informações disponibilizadas, seleção e otimização de traçados. Os estudos obedeceram à seguinte metodologia:

- 1ª. Fase: após a avaliação e otimização do traçado proposto no estudo do TRANSCORR e, a partir de seu eixo, foi definida uma faixa de 20km de largura para concepção de alternativas. A avaliação dessas alternativas propiciou a seleção de um corredor de 2 km de largura envolvendo os traçados de menor custo e menor impacto socioambiental; e

- 2ª. Fase: realização de estudos com vistas à otimização dos traçados desenvolvidos no corredor de 2 km de largura para seleção, em termos de funcionalidade, custos e impacto socioambiental, daquele a ser considerado como referência.

De acordo com essa metodologia, o desenvolvimento do traçado referencial foi realizado e considerou a definição dos pontos de passagem, os parâmetros técnicos estabelecidos para a via e as informações socioambientais da região.

Por sua vez, visando à otimização do traçado selecionado como referencial, foram realizadas mais de 50 rodadas no sistema Quantm e utilizadas ferramentas auxiliares, considerando-se as seguintes variáveis e informações relativas às alternativas consideradas:

- Custos de construção e manutenção, tempo de viagem e consumo de energia;

- Funcionalidades das estações; e

- Impactos ambientais, reassentamento populacional e impacto urbano.

Esclarece-se que a localização das estações intermediárias foi definida com base em análise multicritério, que levou em consideração, entre outros parâmetros, a demanda e a disponibilidade de espaço. A freqüência de paradas nas estações está em função dos tipos básicos de serviços a serem ofertados, definidos em razão do perfil da demanda.

A figura 1 representa de forma esquemática o traçado definido nos estudos como referencial, com as estações consideradas ao longo do trecho em estudo.


 

Figura 1. Representação esquemática do traçado referencial e estações


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



 

No entanto, a freqüência de paradas nas estações é função dos tipos básicos de serviços a serem ofertados, definidos em razão do perfil da demanda.




A tabela 1 apresenta os trechos e sua correspondente extensão ao longo do traçado estudado:

 

Tabela 1. Características do traçado referencial


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



 

A tabela 2 apresenta o quantitativo resumido de obras de arte.

 

Tabela 2. Quantitativo resumido de obras de arte.


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



 

As figuras 2 e.3 mostram um exemplo das seções transversais para mono e bitúneis.

 

Figura 2. Seção transversal típica de monotúnel


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



 
Figura 3. Seção transversal típica de bitúnel.


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



 

As figuras de 4 a 16 ilustram alguns trechos do traçado referencial do projeto TAV Brasil. As linhas amarelas representam as fases de C a E de otimização do corredor do trem de alta velocidade. E as linhas verdes mostram a última fase (fase F) de otimização do traçado referencial para o TAV Brasil.


 

Figura 4. Vista espacial do local da estação de Barão de Mauá – RJ.


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 5. Ajustamento do traçado referencial na cidade universitária do Rio de Janeiro


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 6. Ajustamento do traçado referencial nas proximidades do Aeroporto do Galeão


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 7. Ajustamento do traçado referencial passando pelo Aeroporto do Galeão


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 8. Ajustamento do traçado referencial, em túnel, sob a rodovia Washington Luiz


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 9. Ajustamento do traçado referencial para a estação de Volta Redonda/Barra Mansa


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 10. Ajustamento do traçado referencial em São José dos Campos


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 11. Ajustamento do traçado referencial passando pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 12. Ajustamento do traçado referencial, em túnel, em Guarulhos


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 13. Vista espacial da localização da estação de Campo de Marte


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 14. Ajustamento do traçado referencial nas proximidades do Aeroporto Internacional de Viracopos


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 15. Vista espacial da localização da estação de Viracopos


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



Figura 16. Ajustamento do traçado referencial em Campinas - SP


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 2– Estudos de Traçado).



 

Estudos complementares

Mesmo após a otimização do traçado referencial pelo sistema Quantm, com vistas à redução do custo total de construção, estão sendo avaliadas alternativas de alinhamento e de solução de engenharia em trechos que, mesmo com a flexibilização de parâmetros de projeto não impactem o desempenho operacional do TAV.

Com esse objetivo serão desenvolvidas soluções alternativas mais adequadas para os seguintes segmentos do traçado referencial:


- Saída do Rio do Janeiro: trecho entre a estação Barão de Mauá e Duque de Caxias;

- Serra das Araras: adequação dos parâmetros técnicos (raio de curva de 4.000 m);

- Vale do Rio Paraíba paulista (Bacia de Taubaté): atenção aos segmentos com interferências ou com     problemas ambientais e geotécnicos.


As soluções alternativas estudadas para esses trechos provavelmente alterarão a configuração do traçado referencial e conseqüentemente modificará os quantitativos de obra relativos ao traçado resultante do processo de otimização desenvolvido pelo sistema Quantm.

6. Operação

O plano operacional do TAV Brasil foi configurado para atender à demanda projetada para a ferrovia. Assim, o desenvolvimento de uma grade horária e o plano operacional objetivaram especificar os requisitos de serviços e recursos para atender aos fluxos de passageiros projetados, bem como fornecer uma base para estimar os custos operacionais do TAV Brasil.

Metodologia

O planejamento da grade horária dependeu de resultados de outras partes do conjunto de estudos realizados no âmbito do projeto de implantação do TAV Brasil.

O processo considerou, basicamente, entre outros dados:

- previsão de demanda e receita e fluxos estimados de passageiros entre estações;

- parâmetros operacionais, tais como tempo de intervalo entre trens, tempo de espera em plataformas, tempos de viagens e capacidade dos trens.

Ao longo desse processo, foram utilizadas ferramentas informatizadas, como o sistema Railsys para simular os tempos de viagem e o sistema de planejamento de trens Voyager Plan para a elaboração da grade horária.

Serviços propostos

Com base nas previsões de fluxos de passageiros entre estações, foram identificados três principais grupos de serviço ferroviário que refletem mercados distintos para o TAV Brasil:

- Serviço Expresso: operação direta entre Rio de Janeiro e São Paulo;

- Serviço Regional de Longa Distância: operação entre Campinas e Rio de Janeiro, com paradas nas seguintes estações: Aeroporto Internacional de Viracopos, São Paulo, Aeroporto Internacional de Guarulhos, São José dos Campos, Volta Redonda/Barra Mansa e Aeroporto Internacional do Galeão;

- Serviço Regional de Curta Distância: operação entre Campinas e São José dos Campos, com paradas nas seguintes estações: São Paulo e Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Horário de maior fluxo de passageiros

Para o planejamento dos serviços básicos do TAV Brasil, foram considerados os horários de maior fluxo de passageiros diário, semanal e anual:

Para o serviço expresso: 35% do tráfego diário está concentrado nas três horas do pico da manhã (06:00 – 09:00) e 35% nas três horas do pico da tarde (17:00 – 20:00);

Para o serviços regionais: 25% do tráfego diário está concentrado no pico da manhã (06:00 – 09:00), 25% no pico da tarde (17:00 – 20:00) e 20% no horário de pico do almoço (12:00 – 14:00);

A distribuição semanal do tráfego é 16,3% para cada dia, de segunda a sexta-feira; 7,7% no sábado; e 10,8% no domingo;

O tráfego anual total foi considerado com base nos totais semanais, assumindo 52 semanas por ano.

Características do Trem de Alta Velocidade

A tabela 1 apresenta as principais características consideradas para o TAV Brasil:


 

Tabela 1. Características do Trem de Alta Velocidade


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 4 – Operação e Tecnologia – Parte 1).



 

Projeção do Número de Trens por Ano

A tabela 2 apresenta o número de trens para o período de 2014 a 2034.


 

Tabela 2. Projeção do número de trens no período entre 2014 e 2034


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 4 – Operação e Tecnologia – Parte 1).



 

Padrão dos serviços básicos (2014)

O número de trens e a programação horária foram obtidos por meio do software Voyager Plan. A tabela 4.3 mostra o padrão dos serviços básicos para o ano de 2014, considerando 8 carros:


 

Tabela 3. Serviços básicos do trem de alta velocidade para o ano de 2014


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 4 – Operação e Tecnologia – Parte 1).



 

A figura 1 representa um diagrama unifilar da quantidade de trens por hora e direção para os serviços básicos considerados.

 

Figura 1. Diagrama unifilar da quantidade de trens por hora e direção para os serviços básicos do trem de alta velocidade considerados




 

Tempos de viagem e velocidades médias

Os tempos de viagem e as velocidades médias para cada trecho do TAV Brasil foram calculados por meio do software RailSys e são apresentados na tabela 4.


 

Tabela 4. Tempos de viagem e velocidades médias para cada trecho do TAV Brasil


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 4 – Operação e Tecnologia – Parte 1)



 

Layout da Rota Proposta

A figura 2 apresenta o layout da rota proposta para o TAV Brasil, incluindo as estações obrigatórias e as opcionais.


 

Figura 2. Layout da rota proposta


 
7. Custos
Custos de investimento

Os custos de investimento do TAV Brasil envolvem a construção, a aquisição de material rodante e a implantação de todos os sistemas/subsistemas necessários ao empreendimento. Tais custos foram levantados com base na otimização do traçado referencial e nos estudos de operação.

Os custos de infraestrutura relacionados às obras de construção civil foram baseados em preços unitários do SICRO 2 (Sistema de Custos Rodoviários) do Departamento Nacional de Infraestrutrua de Transportes (DNIT), considerando-se a região de São Paulo e data-base de setembro/2008.

Os custos relacionados ao fornecimento e montagem de equipamentos eletroeletrônicos, mecânicos e sistemas/subsistemas, quando não fabricados no Brasil, foram obtidos por meio de pesquisa com vários fornecedores internacionais de tecnologias de sistemas ferroviários de alta velocidade.


Com relação ao levantamento das quantidades previstas para o traçado referencial, foram utilizadas as fontes:


- Software Quantm: por meio das sucessivas rodadas, a ferramenta foi aplicada para gerar as quantidades relacionadas à infraestrutura;

- Análises de engenharia: por meio de trabalhos técnicos especializados, com base nos dados do alinhamento referencial e nos estudos de operação, foram melhor detalhadas as quantidades relacionadas à infraestrutura e apuradas aquelas relacionadas aos sistemas de sinalização, energia, controle e telecomunicações;

- Outras fontes: as quantidades relacionadas às atividades socioambientais foram desenvolvidas por meio de levantamentos técnicos em campo, com base no traçado referencial desenvolvido pelo sistema Quantm, pelo modelo de elevação digital do terreno e estudos de especialistas.


Ressalta-se que na apuração dos custos de investimentos não foram consideradas reservas para fins de contingência. Este tema será tratado no âmbito da gestão de risco do projeto.

As tabela 1 e 2 mostram os grupos principais de custo do projeto em milhões de reais e a sua representatividade em relação ao custo total.

 

Tabela 1. Custo total de investimento


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 2. Custo total de investimento


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 3. CUSTO DE INVESTIMENTO - Terraplenagem


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 4. CUSTO DE INVESTIMENTO - Estrutura


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 5. CUSTO DE INVESTIMENTO – Via Permanente


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 6. CUSTO DE INVESTIMENTO – Edificações e Equipamentos


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 7. CUSTO DE INVESTIMENTO – Sistemas / Sinalização


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 8. CUSTO DE INVESTIMENTO – Sistemas / Telecomunicações


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 9. CUSTO DE INVESTIMENTO – Sistemas / Eletrificação


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 10. CUSTO DE INVESTIMENTO – Sistemas / Socioambientais


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 11. CUSTO DE INVESTIMENTO – Material rodante


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)



 
Tabela 12. CUSTO DE INVESTIMENTO – Serviços complementares


Fonte: Relatório Halcrow/Sinergia (Volume 5 – Custos de investimentos)


 
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